Tratamento para cálculo renal: conheça 6 opções incluindo não invasivas e minimamente invasivas

O que é? 

O cálculo renal é uma doença muito comum e é conhecida popularmente como pedra nos rins. É um quadro agudo que se instala prevalentemente mais nos homens do que nas mulheres e pode provocar dor intensa. De forma simplista, a doença consiste na agregação de substâncias minerais dentro do sistema urinário, comparadas com “grãos de areia” que se aglomeram no interior dos rins e formam uma “pedra”.

Tipos

Os cálculos renais podem ser classificados conforme a sua localização no sistema urinário e por sua composição mineral.

  • Quando classificado segundo a sua localização: podem ser renais (dentro do rim), ureterais (dentro do ureter – canal que leva a urina do rim para a bexiga) ou vesicais (na bexiga).
  • Quando classificado segundo a sua composição podem ser de vários tipos. Os mais comuns são de Oxalato de Cálcio, Ácido Úrico, Estruvita e Fosfato de Cálcio.

Fatores de risco para o desenvolvimento de cálculo renal

  • Predisposição genética;
  • Volume insuficiente de urina ou urina supersaturada de sais minerais;
  • Fatores ambientais, como o clima quente, exposição ao calor ocupacional;
  • Sedentarismo;
  • Obesidade;
  • Dieta rica em proteínas e em sal;
  • Baixa ingestão de líquidos;
  • Alterações anatômicas que levem à semi-obstrução das vias urinárias;
  • Hiperparatireoidismo (transtorno hormonal relacionado ao metabolismo do cálcio);
  • Imobilização prolongada;
  • Presença de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn.

Principais sintomas:

Os pacientes podem não apresentar sintomas ou sentir pouca dor durante a passagem do cálculo pelo ureter. Porém, a maioria das pessoas que apresenta a condição, apresenta sintomas como:

  • Dor intensa, quase insuportável, que começa nas costas e se irradia para o abdômen em direção à virilha. A dor se manifesta em cólicas, isto é, com um pico de dor intensa seguido de certo alívio momentâneo;
  • Náuseas e vômitos;
  • Sangue na urina (hematúria);
  • Suspensão ou diminuição do fluxo urinário;
  • Necessidade de urinar com mais frequência;
  • Febre, que pode ser devido a infecção urinária associada.

Principais tratamentos – invasivos e não invasivos – para o cálculo renal

1 – Dissolução do cálculo com tratamento medicamentoso

O cálculo renal pode ser tratado com uma abordagem clínica, quando os cristais formados são compostas por ácido úrico. Isso porque existem medicações que alcalinizam a urina e, assim, propiciam a dissolução desses cristais de ácido úrico. Esse tratamento é uma opção somente para cálculos de ácido úrico que não sejam volumosos. 

2 – Conduta expectante e terapia medicamentosa expulsiva

A conduta expectante, ou seja, aguardar e acompanhar o paciente, pode ser usada como tratamento para cálculos URETERAIS menores que 0,6 mm. Isso porque, abaixo desse tamanho, a chance de eliminação espontânea é significativa, sendo superior a 80-90% para cálculos menores que 0,4 mm e situados no terço distal do ureter. Cálculos renais abaixo de 5 mm e não obstrutivos também são elegíveis em sua maioria para conduta expectante.

3 – Litotripsia extracorpórea

Esse procedimento é usualmente indicado para cálculos entre 0,7 mm e 1,0 cm. Por meio de um aparelho, o médico urologista dispara ondas de choque extra-corpóreas concentradas no cálculo que está impactado no sistema urinário, fragmentando-o e permitindo que o paciente urine os pequenos fragmentos decorrentes desta fragmentação. 

A litotripsia não é considerada um procedimento cirúrgico. No entanto, recomenda-se que  o paciente deva ser anestesiado. Dessa forma, é possível focar com maior precisão e intensidade no cálculo.

No entanto, a eficácia do método depende da dureza, localização e tamanho do cálculo. 

4- Litotripsia a laser (UTL’s)

O método a laser é um pouco mais invasivo que a técnica de ondas de choque, visto que é feito por endoscopia. No entanto, é menos invasivo que a cirurgia aberta convencional.

Em geral, é indicada para cálculos renais (UTL flexível) e ureterais (UTL rígida), para cálculos de até 1,5 cm. Cálculos maiores que 1,5 cm podem necessitar de mais de uma abordagem (sucessivas).

O procedimento consiste na introdução de um aparelho através da uretra, passando pela bexiga e que alcança o cálculo através do ureter. Após introduzido, são disparados raios de laser contínuos que fragmentam o cálculo em vários pedaços que poderão ser extraídos imediatamente ou expulsos pela urina. 

O procedimento é feito sob anestesia loco-regional ou geral. Estas técnicas (rígida ou flexível) apresentam maiores chances de resolução imediata.

5 – Nefrolitotripsia percutânea

Essa técnica é indicada no tratamento para cálculos renais mais volumosos, com tamanho superior a  1,5 – 2cm, para cálculos em cálices inferiores onde o acesso com a UTL flexível não é possível e em cálculos complexos, como os cálculos coraliformes.

Esse procedimento é mais invasivo, visto que o rim acometido será acessado através da pele da região lombar, através de uma pequena incisão de cerca de 1,5cm. Para se orientar com a anatomia do rim do paciente, o urologista introduz um cateter no ureter através do qual injeta contraste na via excretora do rim acometido orientado por radioscopia peroperatória (Rx). 

Com isso o médico pode visualizar e acessar o cálculo. Assim, com o endoscópio (nefroscópio), o médico fragmenta e aspira o cálculo. A técnica é feita sob anestesia geral e precisa de um tempo maior de internação, porém o método é muito resolutivo.

6 – Cirurgia convencional 

A cirurgia convencional consiste em realizar uma incisão no flanco do paciente para dissecar o rim, abrir o sistema coletor e retirar o cálculo. Pode ser realizada por via laparoscópica, robótica ou aberta. No entanto, esse método é reservado para casos especiais, visto que é o mais invasivo e apresenta mais riscos para o paciente.

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