O que é a próstata?
A próstata é uma glândula do sistema genital masculino, localizada na frente do reto e embaixo da bexiga urinária e seu tamanho varia conforme a idade do paciente. Essa glândula é fundamental para a saúde do sistema reprodutor masculino, visto que é através da próstata que o sêmen é produzido, por isso, é fundamental estar atento e saber diferenciar as doenças que afetam essa glândula, como o câncer de próstata e hiperplasia prostática.
Hiperplasia Prostática Benigna: o que é?
A hiperplasia prostática consiste em um crescimento benigno do volume da próstata, que, em geral, atinge cerca de 25% dos homens na faixa dos 40 aos 49 anos. Esse aumento pode comprimir a uretra, diminuindo o seu calibre, dificultando ou impedindo a passagem da urina, podendo causar inúmeros problemas, como:
• Dificuldade para começar urinar, jato urinário fraco ou interrompido;
• Esforço miccional (dificuldade para urinar);
• Sensação de não esvaziar a bexiga completamente;
• Gotejamento excessivo após urinar;
• Urinar com mais frequência que o habitual;
• Incontinência urinária;
• Dor suprapúbica.
Câncer de Próstata: O que é?
O câncer de próstata consiste no crescimento de tumores malignos que podem se instalar em uma área qualquer da glândula e, à medida que cresce, vai ocupando gradativamente os lobos direito e esquerdo da próstata.
Em geral, não apresenta sintomas, sendo fundamental que homens a partir dos 45 anos (principalmente com casos em parentes de primeiro grau, afrodescendentes e/ou obesos), realizem consultas periódicas ao urologista no intuito de obter o diagnóstico correto. Entre os principais sintomas do câncer de próstata em estágio mais avançado, podemos destacar:
• Urinar em baixa quantidade;
• Urinar com mais frequência;
• Dificuldade para urinar;
• Redução da força ou do calibre do jato urinário;
• Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga após urinar;
• Demora para iniciar o ato de urinar;
• Dor ou ardência ao urinar;
• Presença de sangue no sêmen ou na urina;
• Ejaculação dolorosa.
Diferença entre Câncer de Próstata e Hiperplasia Prostática Benigna
A hiperplasia prostática benigna é uma condição em que há aumento do número de células da próstata sem que haja mutação em seu DNA (benignas). Por outro lado, o câncer de próstata é um aumento acelerado do número de células da próstata com mutação em seu DNA (malignas), capazes de se disseminarem a outros tecidos e órgãos.
Como saber se estou com Hiperplasia ou Câncer de Próstata?
As duas condições são diagnosticadas com o exame físico (através do toque retal ou exame digital da próstata). Trata-se de um procedimento rápido e indolor. Esse exame é de extrema importância para diferenciar as duas condições, identificar a presença de nódulos ou o endurecimento da próstata.
Além disso, o médico urologista poderá solicitar exames complementares, como taxa de fluxo de urina, exames de imagem como ultrassonografia, uretrocistoscopia e PSA (Antígeno Prostático Específico). Havendo dúvidas ou alta suspeita de neoplasia (câncer), uma biópsia é recomendada.
Tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna
O tratamento pode ser realizado, primeiramente e na maioria dos casos, com medicamentos e, quando não há boa resposta clínica ou aderência ao tratamento, a cirurgia pode ser proposta. Há medicamentos que relaxam a musculatura da uretra e do colo da bexiga, facilitando a micção e outros que bloqueiam ou estabilizam o crescimento da glândula, podem ser usados isoladamente ou em associação. O urologista irá avaliar a melhor opção em cada caso.
Opções Cirúrgicas para Tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna
A opção cirúrgica mais comum é a ressecção endoscópica transuretral da próstata (conhecida como “raspagem” ou RTU), na qual o paciente é anestesiado e um aparelho é introduzido através da uretra. O aparelho faz a raspagem da próstata e assim reduz o seu volume.
Existe também a cirurgia endoscópica a laser, onde o aparelho é introduzido da mesma maneira, e o laser vai fazer a ablação ou enucleação do tecido da próstata. Quando a próstata está muito aumentada, o ideal é que a cirurgia seja feita via abdominal.
Tratamento para Câncer de Próstata.
Quando o paciente é diagnosticado com câncer de próstata, o próximo passo é realizar o estadiamento da doença. A seguir, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento, as quais variam conforme o estágio do câncer. Esses estágios e tratamentos consistem em:
Estágio I
São tumores pequenos e não cresceram o suficiente para serem percebidos ao exame clínico. Geralmente crescem lentamente e não provocam nenhum sintoma, apenas elevação do PSA. Para homens idosos assintomáticos ou com outros problemas de saúde que possam limitar a sua vida, a espera vigilante (Watchful waiting) é geralmente indicada. Para homens mais jovens, com estadiamento favorável, a vigilância ativa (Active Surveillance) pode ser indicada (casos de baixo risco e risco intermediário favorável). Para aqueles que desejam iniciar o tratamento, as opções são a radioterapia ou a prostatectomia radical.
Estágio II
Os tumores do estágio II ainda estão contidos na glândula prostática e são maiores, sendo clinicamente identificáveis. Usualmente nesta fase, eles também não costumam causar sintomas.
Assim como no estágio I, a vigilância ativa pode ser uma opção de tratamento em casos selecionados. Para os homens que possuem uma expectativa de vida acima de 10 anos, as opções de tratamento podem incluir:
- Prostatectomia radical, em geral, com remoção de linfonodos pélvicos, combinada ou não à radioterapia;
- Radioterapia;
- Braquiterapia.
Estágio III
Os tumores em estágio III são tumores que crescem fora da glândula prostática e podem atingir a bexiga ou o reto, mas não se disseminaram para os linfonodos ou outros órgãos à distância. As opções de tratamento para este estágio podem incluir:
- Prostatectomia radical com remoção dos linfonodos pélvicos, seguida por radioterapia e/ou hormonioterapia
- Radioterapia e hormonioterapia (bloqueio androgênico) associadas;
Estágio IV
O tumor em estágio IV já se disseminou para as áreas próximas, como linfonodos próximos ou para órgãos distantes, como os ossos. A maioria dos tumores em estágio IV não é mais curável, mas podem ser tratados.
O objetivo do tratamento é manter a doença sob controle durante o maior tempo possível e melhorar a qualidade de vida do homem.
As opções de tratamento podem incluir:
- Hormonioterapia (bloqueio androgênico);
- Quimioterapia;
- Associação de hormonioterapia + quimioterapia
- Cirurgia para aliviar sintomas, como controle de hemorragia ou obstrução urinária;
- Tratamentos para metástases ósseas, como medicina nuclear com radioisótopos.