Cálculo renal ou nefrolitíase são os termos técnicos mais utilizados para designar quando uma pessoa está com pedra nos rins. Quando se fala em pedras, é comum as pessoas se assustarem, achando até mesmo que são pedras grandes, mas nem sempre é assim. Na maioria das vezes os cristais se aglomeram e formam os cálculos, concreções minerais que ficam alojadas nos rins ou em outras partes do sistema urinário.
Os rins têm a importante função de equilibrar o volume de água em nosso organismo e filtrar as impurezas, produzindo a urina.
Como é formado o cálculo renal
No processo de filtração do sangue pelos rins, alguns minerais são filtrados. Quando a saturação da urina por esses minerais acontece de forma contínua e durante um tempo prolongado, esses minerais podem se organizar em pequenos cristais que futuramente podem crescer em agrupamentos e formar cálculos nos rins..
Inicialmente esses pequenos cristais se depositam juntamente com outras substâncias (matriz proteica) nas papilas renais, formando as placas de Randall e posteriormente, eles acabam formando concreções minerais maiores, às quais chamamos de cálculos.
Vários fatores podem contribuir para a formação dos cálculos renais:
- redução do volume da urina;
- excesso dos promotores da litíase (oxalato, cálcio, ácido úrico, fosfato e cistina);
- redução dos protetores da cristalização (citrato, magnésio, pirofosfato, uromodulina e proteína de Tamm-horsfall);
- mudanças no ph urinário;
- alterações anatômicas que dificultam o fluxo (drenagem) urinário em algum lugar da via urinária;
- fatores dietéticos e genéticos.
Tipos de cálculo renal
Os tipos de cálculo renal podem ser classificados de acordo com a sua composição e localização, veja:
Localização:
- Cálculo renal: localizados nos cálices renais;
- Uretrais: localizados dentro do ureter, canal que leva a urina do rim para a bexiga;
- Vesical: localizados na bexiga
Composições:
- Oxalato de cálcio mono ou dihidratado (60%);
- Fosfato de cálcio (20%);
- Estruvita (7%);
- Ácido úrico (7%);
- Cistina (2%);
- Outros (4%).
Principais sintomas
Habitualmente, a maioria dos cálculos renais não provocam dor. Se causarem a obstrução da drenagem da urina ou promoverem inflamação ou infecção, o sintoma de dor irá aparecer. Os sintomas são semelhantes na maioria dos pacientes. Pode ocorrer dor na região lombar alta e, às vezes, irradiar para o trajeto do ureter, associada ou não a queixas urinárias baixas, como dor para urinar e aumento das idas ao banheiro.
A dor costuma ser aguda, de início súbito, tipo salvas ou em cólica e ser de forte intensidade – é a chamada cólica nefrética ou renal.
Outros sinais e sintomas que podem surgir são:
- infecção urinária;
- sangue na urina;
- febre;
- náuseas e vômitos;
- distensão abdominal (íleo paralítico);
- agitação psico-motora.
Fatores de risco
Alguns hábitos podem contribuir ou favorecer o desenvolvimento das pedras nos rins, por isso, é muito importante estar atento. Veja quais são os principais fatores de risco:
- sedentarismo;
- diabetes;
- obesidade;
- histórico na família;
- pessoas que moram em locais mais quentes;
- alimentação ruim;
- pouca ingestão de água;
- ingesta excessiva de proteínas e sal de cozinha.
Além disso, outras doenças também podem contribuir para o desenvolvimento da litíase, tais como:
- nefrocalcinose;
- hiperparatireoidismo;
- síndrome metabólica;
- bexiga neurogênica;
- estenose de junção uretero-pélvica;
- Rim em ferradura, dentre outras.
É por isso que quando a pessoa tem pedra nos rins, uma das recomendações é a ingestão de água. Não basta beber apenas um copo, mas uma quantidade maior ao longo do dia. Mas como visto, outros cuidados são necessários, como boa alimentação, além de prática de exercícios que combatem o sedentarismo e obesidade.
Diagnóstico e tratamento
Quando há suspeita da doença, é importante procurar um urologista para que seja realizado uma boa anamnese e exame físico, além de exames complementares bem direcionados. Um dos principais exames solicitados é a tomografia de abdômen e pelve sem contraste. Em crianças e gestantes, podem ser utilizados o ultrassom ou um Raio X de abdômen. Além disso, exames de sangue e urina são necessários, até mesmo como forma de prevenção.
O primeiro objetivo do tratamento é o alívio imediato da dor. O segundo objetivo do tratamento é o desbloqueio do rim acometido, que pode variar de acordo com a quantidade, tamanho e localização dos cálculos. Em alguns casos selecionados, esse desbloqueio renal pode ocorrer espontaneamente ou através da prescrição de analgésicos e medicamentos que favoreçam a expulsão dos cálculos.
Quando a eliminação do cálculo não acontece e dependendo do tamanho, é necessário a realização de uma intervenção cirúrgica minimamente invasiva. Esse tipo de procedimento possui baixas complicações, além de ter altas taxas de sucesso.